SARAU DO QUERÔ: março 2008

O Sarau do Querô l - Plínio Marcos Dissertado no Morro do Querosene aconteceu no 29 de Fevereiro de 2008, última sexta-feira do mês .

Mais uma vez nos deparamos com o dilema : Será que vai chover? A meia-hora do início do sarau as comportas do céu se abriram, nos obrigando a deslocar o equipamento de som do jardim do Projeto Treme Terra para a sala onde acontecem as aulas de esporte, o que acarretou um pequeo atraso. Iiniciamos as atividades às 20h30 e concluímos às 22h40.

"Gil Verx monta o cenário"

Ao sarau antecederam oficinas de cenário com o artista plástico Gil Verx nos dia 28 e 29 de fevereiro. No decorrer das oficinas ornamos o jardim do Treme Terra com obras do artista plástico que em 2007 trabalhou em cenário para o Cirque du Soleil e que também tem em seu histórico criações para a escola de samba X-9 Paulistana. Já as oficinas de leitura aconteceram nos dias 27 e 29 de fevereiro com a educadora e socióloga Magda Isabel . No dia 27 contávamos com um grupo de 9 pessoas com idades de 7 a 50 aproximadamente . Foram lidos textos compilados por Câmara Cascudo, poemas de Manoel de Barros e crônicas de Lima Barreto. No dia 29 éramos um grupo formado por 6 pessoas : Magda Isabel , Guilherme Bonfim ,Clóvis Ribeiro, Cecília Pellegrini, Jefferson (Buchecha) e Paulo Almeida.

A preparação para o sarau acontecia simultâneamente com montagem do cenário e do palco. O equipamento de som foi cedido pela Subprefeitura do Butantã.

Conforme relatado no início, a chuva compareceu e depois de nos reorganizarmos na sala onde ocorrem as aulas de esportes, o sarau foi iniciado com Daniel Cavalheiro cantando músicas de sua autoria enquanto os últimos ajustes de equalização eram efetuados.

"Eu, há dezessete anos, sou um dramaturgo. Há dezessete anos pago o preço de nunca escrever para agradar os poderosos. Há dezessete anos tenho minha peça de estréia [Barrela] proibida. A solidão, a miséria, nada me abateu, nem me desviou do meu caminho de crítico da sociedade, de repórter incômodo e até provocador. Eu estou no campo. Não corro. Não saio. E pago qualquer preço pela pátria do meu povo." (1973).

Com esta fala de Plínio Marcos o poeta e organizador do Sarau , Paulo Almeida, inicia a dissertação sobre o escritor e dramaturgo. Em seguida, o trio de Osasco apresentou-se tocando flauta, didjeridu e percussão criando um clima exótico e envolvente no sentido de propiciar a participação de todos, seja batendo palmas ou intervindo mais ativamente.

Pegando carona nesse clima Paulo Almeida recitou o poema "Na História de Nosso Amor " do poeta israelense Yehuda Amichay; Renata encantou com sua performance de dança do ventre e Caco Pontes, do coletivo Poesia Maloqueirista, mandou sua poética concatenada e instantânea.

Entre os momentos a destacar, a intervenção do percussionista Brillé Nascimento assumindo seu lado de artista mambembe, seduzindo o público a contribuir em sua sacola; a música "Palhaço" de Egberto Gismonti lindamente executada por Jerônimo Pinheiro ; a apresentação do sambista Biriba que fez muitos levantarem das cadeiras; a atuação de Caco Pontes e Pedro Tostes que desfiaram ótimos textos da Revista Não Funciona, inclusive o originalíssimo poema de Marcelino Freire "Amor é a mordida de um cachorro pitbull que levou a coxa da Laurinha"; a oportuna crônica de Cecília Pellegrini denunciando uma agressão feita em praça pública ao meio ambiente . Há que destacar-se também as apresentações dos músicos Malungo, Daniel Cavalheiro e Luis Kitagawa com belíssimas composições de autoria própria e a participação do poeta Silvio Diogo.

O Sarau do Querô contou com a presença de, aproximadamente, 60 pessoas .

Atualizado: 03/04/08 às 19h